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sexta-feira, 25 de março de 2011

No Norte Litoral



A auto-estrada mais longa do país (a A1, de Lisboa ao Porto) tem ligação a Braga (A3), no coração da Costa Verde. Se seguir ao longo da costa pela estrada que liga Vila do Conde a Valença, terá oportunidade de ver lindas praias, estâncias à beira mar e vilas encantadoras como Caminha e Vila Nova da Cerveira. Uma vez lá, vale a pena visitar o Parque Nacional da Peneda - Gerês. Ao longo de toda a região, os rios, as quedas de água, as vinhas e os terrenos férteis contrastam com os monumentos ancestrais dos centros urbanos.
O Porto, a capital da região norte do país, com o seu aeroporto internacional, oferece os encantos de uma cidade à beira rio, visto que está esplendidamente bem situada na foz do rio Douro, de onde os barcos partem para navegar ao longo deste lindo rio.
A cidade à beira rio de Viana do Castelo, a cidade eclesiástica de Braga e a cidade medieval de Guimarães são outros exemplos de uma feliz aliança entre a herança popular e a elegância cosmopolita.

 



Barcelos - Cidade medieval rodeada por muralhas com um calabouço. Merecedores de uma visita são o Museu da Cerâmica, o Museu Arqueológico do Palácio dos Duques, a igreja da paróquia (Romano - Gótica), as igrejas do Terço, das Cruzes e o Convento Beneditino. Passeios: pelo antigo bairro Judeu ou pelas ruas com as suas casas medievais e solares de origem Barroca; passeios de barco: pelo rio Cávado. Alojamento: Hotel Bagoeira****







Braga - Bracara Augusta, como os romanos a baptizaram, foi fundada pelos Celtas em 300 a.C. e foi um centro administrativo romano em 27 a.C.. Braga combina muito bem a importância religiosa com a prosperidade comercial e industrial dos dias de hoje. Para visitar: a Catedral (séculos XII - XVIII), o Museu do Tesouro e de Arte Sagrada; o Museu do Palácio dos Biscainhos; e o Museu Dom Diogo de Sousa. Também merecedoras de uma visita são as igrejas da Misericórdia (Renascimento), do Pópulo (séculos XVII - XVIII) e da Nossa Senhora Branca (século XVIII). Nos arredores, a 5 km do centro da cidade, está situado o Santuário do Bom Jesus do Monte, com a sua imponente escadaria de estilo Barroco; o Santuário de Nossa Senhora do Sameiro; o antigo Mosteiro de Tibães, datando do período dos Suevos e reconstruído no século XI e a Igreja de São Frutuoso de Montélios (templo visigodo do século VII).




Melgaço A pequena e tranquila vila de Melgaço cresceu em redor de uma fortaleza mandada construir por D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal (1139-85).

O castelo, agora monumento nacional, tem uma imponente torre de menagem e domina o labirinto de velhas ruas e travessas que se entrecruzam no interior das muralhas.


Ponte de Barca - O Jardim dos Poetas contém alguns dos principais monumentos e é um local ideal, juntamente com os parques à beira rio, para piqueniques e passeios, pela sua atmosfera tranquila e encanto bucólico






Ponte de Lima - Uma pequena e linda vila com uma ponte Romana e com torres medievais, conhecida pela grande concentração de solares antigos.









Santo Tirso - cresceu em redor do antigo mosteiro de São Bento, fundado pelos monges beneditinos no século VIII, mais tarde reconstruído e depois submetido a profundas alterações no século XVII. O mosteiro é agora uma escola agrícola e também abriga o pequeno Museu Abade Pedrosa, com achados arqueológicos da região, como machados de pedra e peças de cerâmica.




Viana do Castelo - Espalhada pela margem norte do estuário do rio Lima (onde pode passear em barcos típicos), esta cidade é famosa pelo seu artesanato e pelo colorido vestuário regional. Merecedores de uma menção especial: a igreja da paróquia, os antigos Paços do Conselho (ambos de origem gótica), a Casa da Misericórdia (Renascimento, com um tesouro de arte sagrada), a medieval Casa dos Arcos, o Convento de Santa Ana (século XVI) e o Museu Regional. Na zona alta está situado o Santuário de Santa Luzia de onde se tem uma vista fantástica da cidade, do rio e do oceano.
Alojamento: Pousada Monte de Sta Luzia






Viana do Castelo - Espalhada pela margem norte do estuário do rio Lima (onde pode passear em barcos típicos), esta cidade é famosa pelo seu artesanato e pelo colorido vestuário regional. Merecedores de uma menção especial: a igreja da paróquia, os antigos Paços do Conselho (ambos de origem gótica), a Casa da Misericórdia (Renascimento, com um tesouro de arte sagrada), a medieval Casa dos Arcos, o Convento de Santa Ana (século XVI) e o Museu Regional. Na zona alta está situado o Santuário de Santa Luzia de onde se tem uma vista fantástica da cidade, do rio e do oceano.
Alojamento: Pousada Monte de Sta Luzia

Lendas do Minho

Lenda da ponte de Prado – Vila Verde


A Ponte de Prado, que muito tem já de antiga, evoca célebres amores de um Rei Leonês com uma ilustre dama natural desta vila.
Depois de uma enorme cheia que quase havia destruído a ponte e verificando o monarca o mau estado da mesma, enviou imediatamente ordens para a sua reconstrução.  
Consta desde então que o motivo que levara o rei Leonês, residente em Braga, a tomar tal atitude, fora o facto de ter obrigatoriamente de atravessar a ponte aquando das suas visitas à tão amada dama.
Pensa-se, no entanto, que os célebres amores de D. Branca Guterres com o monarca Leonês não são lendários, aconteceram mesmo, do que aliás nos dá notícia uma inscrição que apareceu numa pedra na referida vila.  
Assim, o rei Leonês podia visitar D. Branca de dia ou de noite, acompanhado da sua polícia ou disfarçado em homem do povo, sem ter sequer de admitir que seus amores fossem prejudicados por uma ponte que causava pânico a quem sobre ela passava.


Lenda do Galo de Barcelos - Barcelos


A lenda do Galo de Barcelos narra a intervenção milagrosa de um galo morto na prova da inocência de um homem erradamente acusado. Está associada ao cruzeiro seiscentista que faz parte do espólio do Museu Arqueológico, situado no Paço dos Condes de Barcelos.
Segundo a lenda, os habitantes de Barcelos andavam alarmados com um crime, do qual ainda não se tinha descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo, apesar dos seus juramentos de inocência, que estava apenas de passagem em peregrinação a Santiago de Compostela, em cumprimento duma promessa.
Condenado à forca, o homem pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou: "É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem."
O juiz empurrou o prato para o lado e ignorou o apelo, mas quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Compreendendo o seu erro, o juiz correu para a forca e descobriu que o galego se salvara graças a um nó mal feito. O homem foi imediatamente solto e mandado em paz.
Alguns anos mais tarde, o galego teria voltado a Barcelos para esculpir o Cruzeiro do Senhor do Galo em louvor à Virgem Maria e a São Tiago, monumento que se encontra no Museu Arqueológico de Barcelos.

A truta rainha – Valença

Vítima de uma intriga dos escudeiros de seu marido, Aragúncia, rainha de Aragão, foi injustamente acusada de favorecer com as suas atenções um jovem cavaleiro da corte. O rei de Aragão achou que esta ofensa só seria resgatada com a morte. Aragúncia decidiu fugir quando teve conhecimento do seu destino fatal e, disfarçando-se de mendiga, saiu do castelo com algumas aias e escudeiros da sua confiança. O rei perseguiu-a e esteve quase a alcançar o pequeno séquito, mas os barqueiros de rio Minho ajudaram a rainha, demorando muito a travessia dos homens do rei. Aragúncia recolheu-se numas escarpas negras que formavam uma pequena fortaleza natural junto ao rio. O rei decidiu pôr-lhe cerco e fazer a rainha render-se pela fome e pela sede. Mas como quem não deve não teme, a Aragúncia não desesperou e quando teve sede encontrou uma pequena fonte que brotava das rochas.
Passados dias, quando a fome começou a apertar apareceu por cima do penhasco uma águia-real levando nas garras uma truta que deixou cair. Embora atormentada pela fome, Aragúncia embrulhou a truta e mandou-a ao rei para que este se saciasse.
Convencido que Deus estava com a rainha, o rei de Aragão levantou o cerco de um local que passou a chamar-se Trute, decidindo perdoar-lhe a falta. Aragúncia recusou o perdão por uma falha que não tinha cometido e ficou a viver naquele local austero para sempre. O lugar ficou a ser conhecido por Castelo de Furna ou Castelo de Faião, onde existe uma pedaço de terra a que o povo ainda chama de Horta da Rainha. A tradição manda que, nas manhãs de S. João, o povo acorra àquele local para beber da água que matou a sede da rainha e que tem a fama de curar as doenças de pele.





Lenda da Ponte do Porto - Amares


Diz a lenda, que esta ponte foi construída numa única noite. Enquanto as mulheres traziam as pedras, que vinham de Terras de Bouro, a cerca de 30 km da zona, os homens construíram-na. Isto para poder conquistar as terras do outro lado do rio.





Lenda da Misarela - Geres

"Um fidalgo duriense (há quem diga um criminoso) fugia desalmadamente aos beleguins do rei que injustamente o perseguiam e acusavam de traições. Quando chegou à Misarela o Regavão ia de monte em monte, medonhamente tempestuoso pelas chuvadas invernais. Vendo-se acusado e sem poder passar a corrente pediu a intervenção divina e de todos os santos que conhecia, porque não conseguia prosseguir a fuga. Lembrou-se então de invocar o poder do diabo em gritos desesperados:

-“Satanás! Satanás! Passa-me que te dou a alma!”

E o diabo, aparecendo num estarrinco do trovão, respondeu:
-“Passarás, passarás, sem olhar para trás!”
No mesmo instante estendeu-se à sua frente uma ponte que o fidalgo (ou criminoso) atravessou. Mal pôs o pé na encosta fronteira, atrás de si, a ponte ruía com enormíssimo estrondo no abismo vertiginoso. E assim fugiu à ira do monarca o tal fidalgo (ou criminoso) que decidira exilar-se em Barroso. Por aí viveu muitos anos ainda, mas sempre roído de remorsos e angústias por ter dado a alma ao diabo.
Quando chegou a hora da morte mandou chamar o padre para se confessar. E contou-lhe o seu pecado. O padre absolveu-o, depois de exigir que confessasse toda a verdade e pensou que talvez fosse possível refazer a ponte sem grandes sacrifícios…
Tomou a caldeirinha da água benta e o hissope (há quem diga que foi uma laranja onde meteu água benta depois de lhe tirar do interior os favos por um orifício) e dirigiu-se uma noite ao local indicado pelo moribundo, invocando o diabo:
-“Satanás! Satanás! Passa-me que te dou a alma!”
E repetiu-se a cena: o diabo (ao ribombar o trovão) apareceu e respondeu-lhe:
-“Passarás, passarás, sem olhar para trás!’’
Eduardo Noronha, na sua obra “A marqueza de Chaves” diz que o padre aspergiu água benta da caldeirinha com um ramo de alecrim).
E assim ficou benzida a ponte! Nesse mesmo instante o diabo desapareceu como aparecera deixando no ar um fortíssimo cheiro a enxofre, pez e incenso (Noronha diz enxofre e salitre) … mas a ponte ficou de pé. Por isso há quem lhe chame Ponte do Diabo e Ponte do Salvador, mas para este povo é a Ponte de Misarela, lugar mítico, mágico e sagrado.





Lenda da Senhora da Orada - Viera do    Minho



Uma das lendas diz que uma jovem surda-muda de um dia para o outro começou a crescer-lhe a barriga, tudo fazendo crer que estava grávida.
A jovem não era casada e por isso foi condenada por se encontrar grávida. A mudez impedia-a de se defender perante as evidências.
Para os seus pais e demais comunidade só havia uma solução: ser severamente castigada, por se encontrar grávida e não ser casada.
A jovem foi expulsa da casa dos seus pais, como castigo por ter, supostamente, engravidado e foi levada a um bosque, fora da povoação, onde hoje se situa a capela da Senhora da Orada.
Neste degredo, e perante desespero, a jovem suplicava, noite e dia, pela protecção divina. No meio desta angustiante súplica de oração apareceu-lhe Nossa Senhora que mandou a jovem procurar um recipiente e um pouco de leite e se debruçasse sobre ele. Neste instante saiu, pela boca, uma enorme cobra, que tinha sido ingerida, pequenina, quando a jovem bebeu água num riacho.
Para todos e mais particularmente para jovem, este facto foi considerado como um milagre. A jovem foi novamente recebida na sua família e na comunidade. Quiseram então saber como podiam agradecer este milagre realizado pela Senhora.
A Senhora apareceu novamente, à jovem, e pediu que lhe construíssem uma capela onde tinha acontecido o dito “milagre”. Para as pessoas era uma explicação para o aparecimento da capela neste lugar e esta invocação aparece como uma homenagem à oração que ali se fez.



A lenda  - “O Basto” – Cabeceiros de basto

O império Visigodo, não resistiu aos ataques dos Mouros, comandados por Tarik. Espalhando o terror, estes avançaram “ávidos de glória”, através da Galiza. Os ecos dos seus ataques chegaram ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos, mas não merecem crédito. Bracara Augusta caiu nas suas mãos. Então acreditaram e prepararam-se para a defesa com uma centúria de servos e homens de armas comandados por D. Gelmiro, o venerando abade do Mosteiro Hermigio Romarigues, parente do fundador do Mosteiro, era o guerreiro-monge que mais se destacava pelo seu porte avantajado de grandes e possantes membros e com o rosto retalhado por mil golpes das escaramuças passadas. Postado junto à ponte que dava acesso ao Mosteiro, ao aproximar das tropas de Tarik estendeu a mão possante assegurando:
            - “Até ali, por S. Miguel, até ali Basto eu.”
E bastou! Três vezes arremeteram os mouros contra as débeis defesas do Mosteiro. Mas por três vezes foram repelidos pela espada de Hermigio Romarigues.
A ponte sobre a ribeira ficou atulhada de corpos e os chefes infiéis tiveram de tratar com D. Gelmiro de igual para igual gorando-se, deste modo, a suposta intenção de arrasarem o Mosteiro e decapitarem os monges.
Posteriormente o monge-guerreiro ter-se-á integrado no reduto cristão situado nas Astúrias, de onde irradiava já a Reconquista a partir de Covadonga sob o comando de Pelágio.
Hermígio Romarigues, “O Basto” foi imortalizado através da estátua que erigiram em sua homenagem, como reconhecimento pelos serviços prestados a El-Rei




Lenda do Quijo – Celorico de basto


Quijo cujo nome era Manuel Joaquim Mota Lopes Queijo, sapateiro de profissão.

Quijo era filho de uma costureira que frequentemente levava para casa pertences que não eram seus. Por sua vez, a mãe não o chamava à atenção nem o mandava restituir ao dono tais pertences.
O Quijo começou por levar uma agulha para casa e a partir daí entrou no caminho do crime. Depois de ter cometido roubo, seguido de assassínio, foi agarrado e entregue ao poder judicial. Aí respondeu e foram dados como provados os crimes de que vinha a ser acusado e condenado à morte.
Antes de ser executado, Quijo chama a mãe ao patíbulo (forca) a pretexto de um último beijo de despedida. Mas em vez de lhe dar um beijo ferra-a na face e a amaldiçoou-a culpando-a da sorte a que o deixara chegar, por não o ter educado como devia.
Quijo culpara a mãe pelo facto de não o ter educado convenientemente e pela educação pouco cuidada que lhe dera.




Lenda da Justiça - Fafe




A Justiça de Fafe “ é o símbolo que mais caracteriza a cidade. Falar de Fafe, para muitos, é falar da “ Terra da Justiça” e consequentemente da lenda “ Com Fafe Ninguém Fanfe “. Pelo nosso Portugal fora, Fafe é conhecido principalmente pela imagem da Justiça e pelo lema que a ela está associado, marcando assim os seus habitantes.
Contam as pessoas mais antigas que esta tradição surgiu quando nas Cortes do Reino, um Visconde de Moreira de Rei se atrasou para uma sessão e ao chegar um Fidalgo que assistia o insultou, julgando-o um vilão. No momento o Visconde ignorou os insultos, mas no final da sessão, o Fidalgo continuou a censurá-lo, atirando-lhe as luvas à cara. Então ajustou--se um duelo, na qual o Visconde é que escolhia as armas. Marcou-se o dia, a hora e o local.
De acordo com o combinado, apareceram todos e constatou-se que a arma era um pau de marmeleiro. Visto que o Fidalgo não sabia muito bem manejar o pau num duelo, o Visconde deu a primeira paulada. A assistência, vendo tal “ palhaçada”, pois o Fidalgo limitou-se a defender-se, o que fez com que todos se desatassem às gargalhadas, proclamando “ Viva a Justiça de Fafe e com Fafe Ninguém Fanfe”.
Explica-se assim o aparecimento da nossa mais conhecida lenda, da qual não se sabe a data, mas orgulhou e orgulha os habitantes desta Terra.




Lenda de castelo de Faria - Braga





Diz a lenda que D. Fernando quebrou o compromisso de casamento com a filha do rei de Castela quando se apaixonou por Leonor Teles. A recusa fez com que o rei castelhano desencadeasse uma guerra contra Portugal. O Minho foi invadido pelo adiantado da Galiza, D. Pedro Rodriguez Sarmento, que se bateu com D. Henrique Manuel, tio do rei português, nos arredores de Barcelos. Os portugueses foram derrotados e entre os reféns ficou D. Nuno Gonçalves, alcaide-mor do Castelo de Faria. D. Nuno receava que o seu filho entregasse o Castelo de Faria por o saber refém dos castelhanos e resolveu engendrar um estratagema: pediu ao galego D. Pedro que o levasse até aos muros do castelo para convencer o filho a entregar a fortaleza sem resistência. Chegados ao castelo, D. Nuno pediu para falar com o seu filho, D. Gonçalo, e convenceu-o a defender-se a custo da própria vida. Os castelhanos, vendo-se traídos, mataram logo ali o velho alcaide e atacaram o castelo. D. Gonçalo, lembrando-se das palavras do pai, resistiu heroicamente aos ataques e levou os inimigos a desistirem da luta. Apesar de premiado pela sua coragem, D. Gonçalo pediu ao rei D. Fernando autorização para abandonar o cargo de alcaide e tornou-se sacerdote.




Lenda da Pedra da Moira Encantada – Vila Nova de Famalicão

Depois de passar a Ponte da Lagoncinha em direcção a Santo Tirso a uns duzentos metros passamos por uma pedra onde está desenhada uma grande cruz na rocha fechada que se eleva acima da terra.
Lá debaixo estão belos tesouros de oiro e uma moura encantada. Tente descobrir a senha que desfaça o encantamento. Depois pode casar com ela, porque a moça é mais linda que a estrela da manhã, e ficar muito rico.


Lenda da Barca do Lago - Esposende


Numa rede que uns pescadores recolhiam, ia andado o século XIII da Era de Cristo, apareceu uma imagem de Nossa Senhora. Tal aparição criou burburinho nas redondezas e do espanto das gentes a ser chamada à imagem “Nossa Senhora do Lago”, foi um instante.

Para agasalhar a imagem da Virgem, ergueu-se-lhe uma Capela na margem direita do rio, de onde passou a proteger os viajantes que piamente rumavam a Norte, ao túmulo do Santo de Compostela. Também para abrigo destes peregrinos se edificou na mesma margem do rio uma hospedaria, onde era possível descansar uma noite, depois de com sucesso ter atravessado o Cávado, na Barca do Lago.
Conta a tradição que, depois do aparecimento da Virgem, passaram os barqueiros do Cávado, neste local, e por agradecimento à protecção que da Senhora recebiam, a não cobrar passagem a quem fosse. Havia barqueiros de ambos os lados, sempre prontos ao pedido dos peregrinos ou dos passantes. Diz a tradição oral que se “passava por Deus”, sob a protecção da Virgem.
Mas os barqueiros da Barca do Lago viviam como os outros homens, e haviam de se alimentar, e manter a Barca... por isso os povos das freguesias em redor estipularam pagamentos, em alimentos, em madeira e em outros bens, para sustento dos ditos barqueiros e manutenção da Barca.
Havia também a festa, no início de Agosto. E toda a festa tem comer e tem beber... em redor da ermida da Senhora do Lago, o ajuntamento era grande e a merenda repartida entre todos.
Estas são tradições comuns, como outras que povoam o nosso Norte, mas com a especial diferença de dirigirem o seu bem a estranhos, a passantes, a quem não pertence ao “povo” da região. Hoje já não se pode atravessar o Cávado na Barca do Lago... mas pode ainda, destas margens magníficas aproveitar a natureza num dos seus melhores recantos.


Lenda do Rio Lethes - Ponte de Lima  

Existem várias lendas relacionadas com o Rio Lima mas esta é a mais conhecida e refere-se à passagem pela nossa região de Décio Juno Bruto, comandante das legiões Romanas, com os seus soldados.
Certo dia, Décio Juno Bruto, com as suas tropas, chegaram à margem de um rio. Os soldados, ao observarem a paisagem maravilhosa, a tranquilidade e a pureza das águas desse rio, pensaram que estavam junto  ao rio Lethes, o rio do esquecimento.
Reza a lenda, que quem atravessasse este rio, perderia completamente a memória. Nunca mais se lembraria da família, nem da Pátria. Décio Bruto procurou um lugar seguro, onde os seus homens pudessem atravessar sem perigo e ordenou que iniciassem a travessia.
Os soldados receando os poderes do rio recusaram-se a fazer a travessia.
O comandante das tropas romanas, pegou na bandeira e atravessou o rio.
Já na outra margem, chamou pelos nomes dos seus homens, um a um, provando que não tinha perdido a memória e que a lenda do rio não era verdadeira.


A Lenda do Rio Lima – Ponte de Lima


Comandadas por Décios Junos Brutos, as hostes romanas atingiram a margem esquerda do Lima no ano 135 aC. A beleza do lugar as fez julgarem-se perante o lendário rio Lethes, que apagava todas as lembranças da memória de quem o atravessasse, os soldados negaram-se a atravessá-lo. Então, empunhando o estandarte das águias de Roma o comandante chamou da outra margem a cada soldado pelo seu nome. Assim lhes provou não ser esse o rio do esquecimento.


O Juiz de Soajo – Arcos de Valdevez




Lenda ou realidade, a história do juiz de Soajo, Ti Sarramalho, é por todos conhecida, sendo ele o símbolo da inteligência e justiça de todo o povo da Vila de Soajo.

O Juiz Sarramalho era um dos homens bons da terra, de passagem para a sua terra natal, deparou com um crime de morte de um indivíduo, sendo testemunha ocular. O caso foi submetido a julgamento e face às provas testemunhais tinha de sentenciar. Proferiu então o seguinte veredicto: “Morra que não morra, dê-se-lhe um nó que não corra, ou degredado toda a vida e com cem anos para se preparar”.

É claro que esta decisão não foi entendida pela maioria das pessoas. A sentença subiu às instâncias superiores e por recurso. Foi então, chamado o Juiz de Soajo, para justificar e explicar a sentença dada. Cansado de tanto esperar de pé, pelos juízes do Tribunal da Relação, tirou a sua capa das costas e sentou-se nela, no chão. Após ter justificado a sentença, retirou-se. Sendo chamado, quando descia as escadas, que se esquecera da capa. De maneira digna, respondeu com altivez: “O Juiz de Soajo, cadeira onde se sentou, nunca consigo a levou.”

Já no reinado de D. Afonso III se fazia referência à existência do julgado de Soajo, a avaliar pelas várias disposições legais, compiladas por especialistas, que afirmam a existência desse julgado nas reformas administrativas, no século de 1800. No território de jurisdição do Julgado de Soajo exerceram as suas actividades vários juízes ordinários e não apenas o mais conhecido e sempre referenciado Ti Sarramalho.




Inês Negra - Melgaço


Esta história teve lugar em 1388, no início do reinado de D. João I, em que se travou uma guerra contra Castela pela independência de Portugal. Esta contenda, em que sobressaíram os feitos do Condestável Nuno Álvares Pereira e de muitos nobres portugueses, dividiu a aristocracia e o povo português, tomando muitas terras o partido de Castela. Foi durante esta guerra civil que a Inês Negra, uma mulher do povo fiel à causa portuguesa, abandonou Melgaço quando esta cidade se pôs ao lado do rei de Castela. Quando D. João I decidiu reconquistar Melgaço, Inês Negra juntou-se ao seu exército, mas as duas facções nunca chegaram a defrontar-se.

A batalha travou-se entre Inês Negra e uma sua inimiga de longa data, a "Arrenegada", que tinha optado por apoiar os castelhanos. A lenda diz que a "Arrenegada" desafiou Inês Negra do alto das muralhas, propondo que a contenda fosse resolvida entre ambas com o acordo do exército castelhano. D. João I assistiu espantado à resposta de Inês Negra que dizia aceitar o desafio. Ambos os exércitos concordaram com este duelo e a Inês Negra, de espada na mão, defrontou a sua inimiga apoiada pelos gritos de incitamento dos homens de D. João I.

O silêncio instalou-se quando a "Arrenegada" fez saltar com um golpe a espada das mãos de Inês, mas esta tirou uma forquilha da mão de um camponês e fez-se à luta, procurando atingir a "Arrenegada" nas pernas. Sentindo-se em desvantagem, esta atirou fora a espada e pegou num varapau que quebrou com fúria nas costas de Inês. Louca de fúria e de dor, Inês Negra largou a forquilha e atirou-se com unhas e dentes à sua oponente, rolando ambas no chão empoeirado. Um grito de dor gelou a assistência, que não conseguia perceber qual das duas vencera. Foi então que a "Arrenegada" se levantou e fugiu para o castelo, tapando as nódoas e o sangue do rosto com as mãos. Os castelhanos abandonaram Melgaço no dia seguinte e D. João I quis recompensar a heroína, mas esta respondeu que estava plenamente recompensada pela sova que tinha dado à sua inimiga.

Lenda deu-la-Deu Martins - Monção


Uma imagem de mulher, segurando um pão em cada mão do alto de uma torre, figura no brasão de Monção com a legenda: Deus a deus – Deus o há dado. Esta é uma homenagem à coragem e astúcia de uma grande heroína, Deu-la-Deu Martins, mulher do capitão-mor de Monção, Vasco Gomes de Abreu.

Esta mulher singular viveu no século XIV, no tempo das guerras entre D. Fernando de Portugal e D. Henrique de Castela. Foi nesta conjuntura que o galego D. Pedro Rodriguez Sarmento pôs cerco a Monção com um poderoso exército, aproveitando a ausência temporária do seu capitão-mor. A vila aguentou o cerco sob o comando de Deu-la-Deu Martins, apesar da escassez de alimentos. Mas a situação chegou a um ponto de desespero e foi então que Deu-la-Deu, com um sangue-frio notável, mandou fazer alguns pães da pouca farinha que restava. Deu-la-Deu subiu com os pães à muralha e atirou-os aos sitiantes, gritando-lhes que como abundavam as provisões na cidade e dada a duração do cerco, os galegos poderiam precisar de alimento. O inimigo também estava cheio de fome e pensando que o cerco ainda poderia demorar mais tempo, decidiu retirar para Espanha.

Este feito ficou para sempre na memória dos portugueses e deu origem ao costume de os vereadores do município se dirigirem ao túmulo de Deu-la-Deu, quando tomavam posse dos seus cargos, prestando-lhe homenagem.






A Lenda da Serra d'Arga - Caminha



Era uma vez um rei chamado Evígio, forte e severo, que ocupava o trono visigótico da Península Ibérica, parte do qual se estendia pelas terras férteis que, séculos mais tarde, iriam constituir Portugal.

Evígio tinha uma filha única, de nome Eulália, muito bela, luz dos seus olhos, prometida por ele em, casamento ao valente guerreiro Remismundo, que desejava como seu sucessor. Mas Eulália amava outro.

Amava o jovem Egica, de nobre sangue real, também ele valoroso, é certo, mas cujos amores com Eulália o rei Evígio contrariava, preso ao compromisso tomado com Remismundo. Porque o coração se lhe negasse a aceitar a decisão paterna, Eulália resolveu fugir com Egica para longe do seu reino, onde encontrassem, juntos, a felicidade desejada


Num ápice reaparece entre dois penedos enormes a ponte. O padre começou a atravessar aspergindo água benta sobre a construção! (Também se diz que largou a laranja a rolar pela ponte!

domingo, 20 de março de 2011

Festas e Romarias do Minho


Gastronomia do Minho


O  rei da cozinha minhota é o caldo verde, feito de couve migada, batata, alho, cebola e azeite. A abrir ou a fechar a refeição, ou mesmo a altas horas da madrugada, não deixe de provar esta iguaria que é acompanhada com rodelas de bom chouriço ou salpicão e broa de milho.












Em terras de Vinho Verde, a frescura de um bom copo aguça-lhe o apetite para outras preciosidades. Nos peixes, os pratos à base de lampreia e sável partilham com o bacalhau as honras da boa mesa minhota. Mas foi o bacalhau de cura amarela quem deu fama à gastronomia típica da região.







O bacalhau à Gil Eanes e a truta à minhota com presunto são pratos que, igualmente, não pode perder.







Nas carnes, o não menos famoso sarrabulho, em papas ou em arroz, os rojões e a perna de porco à Clara Penha, são pitéus muito apreciados em tempo de matança do porco, por alturas do Natal. Não esqueça também o cozido, o cabrito da Serra e a caldeirada de "cabra nova" do Gerês.







A acompanhar toda  as estas iguarias, prove o presunto de Castro Laboreiro e os enchidos caseiros.












Rojões à Moda do Minho




. 2,5 kg de perna de porco, sem osso, mas com gordura
1 kg de tripa enfarinhada
1 kg de sangue de porco
500 g de fígado de porco em iscas
3 kg de batatinha nova
1 kg de castanhas
100g de alhos secos
200 g de banha de porco
1/2 l de vinho verde branco
folhas de louro q.b.
sal e pimenta q.b.
cominhos e colorau q.b.
limões
salsa
1 kg de belouras




Corta-se a perna de porco em pedaços grandes, tendo o cuidado de todos ficarem com gordura; faz-se uma marinada com os alhos, sal, pimenta, colorau, louro e vinho. Esta marinada deve ficar homogénea, pelo que se deve triturar os ingredientes todos juntos; deita-se sobre a carne e deixa-se assim de um dia para o outro.

Derrete-se a banha e vai-se alourando nesta os rojões, de forma a que fiquem todos lourinhos por igual. Quando estiverem todos alourados, deita-se por cima a marinada e deixa-se refogar lentamente.

À parte, fritam-se as tripas, cortadas aos bocados, e as iscas de fígado. depois de temperadas, alouram-se também as batatinhas e as castanhas.


Aos rojões, depois de refogados, junta-se o sangue de porco cozido e cortado em fatias finas; deixa-se tudo a refogar mais um pouco.


Empratam-se os rojões e os restantes, polvilha-se com cominhos e decora-se com gomos de limão e salsa picada.





Entremeada Grelhada de Coentrada


800g de entremeada grelhada fatiada 
5 dentes de alho picados 
1dl de azeite 
2 colheres (sopa) de vinagre 
coentros picados q.b. 
sal q.b. 
pimenta q.b.


Tempere a entremeada com sal.
Numa tigela junte o azeite, o vinagre, os alhos picados, os coentros picados e a pimenta; mexa tudo.
Grelhe a entremeada e coloque numa travessa e regue com o molho, deixe repousar alguns minutos antes de servir.